Uma das atividades mais importantes na gestão de qualquer negócio, e que muitas vezes é relegada à um segundo plano no dia a dia dos gestores, é a rotina de se analisar periodicamente os resultados corporativos ou, em outras palavras, fazer a análise crítica do negócio.
Esta atividade significa principalmente verificar se as ações executadas para implantação dos objetivos estratégicos e/ou melhoria dos processos de negócio realmente viabilizaram o alcance das estratégias planejadas e o atingimento das metas dos indicadores definidos. Esta avaliação engloba duas atividades distintas, porém muito complementares:
1. ANÁLISE CRITICA DA ESTRATÉGIA: ao final do planejamento estratégico deve ser definido um calendário para análise da execução desta estratégia. A cada ciclo de análise da execução planejado, normalmente trimestral, a alta direção realiza uma análise mais profunda dos resultados dos indicadores estratégicos, bem como dos planos de ação dos projetos definidos. O principal objetivo deve estar em verificar se realmente as ações executadas estão levando ao alcance das metas estratégicas, e realizar os ajustes necessários nos planos de ação estratégicos;
2. ANÁLISE CRÍTICA DOS PROCESSOS: assim como para a estratégia, anualmente devem ser executados ciclos para análise e mapeamento dos processos de negócio mais críticos para o período. Esta análise visa identificar necessidades de revisão das regras de negócio e identificar oportunidades de melhoria para os mesmos. Durante o ano são realizadas reuniões periódicas para verificar se estes projetos de análise dos processos foram executados, se as melhorias planejadas para cada processo estão sendo implantadas e, mais importante, se as mudanças estão gerando uma melhor performance dos processos, tanto em termos qualitativos como quantitativos, através da análise de seus indicadores de desempenho.
Em ambos os casos as análises críticas periódicas servem para verificar se os resultados estão sendo atingidos e definir necessidades de acerto de rota. Porém, um dos problemas mais comuns que encontramos nas empresas é as reuniões de análise crítica não serem realizadas regularmente, com a “desculpa” de falta de tempo dos gestores em função das muitas atividades que precisam ser feitas. Os projetos estratégicos ou de melhoria de processos muitas vezes ficam esquecidos e só voltam a ser analisados ao final de cada ano de trabalho, quando se inicia o próximo ciclo de planejamento. Com isto, perde-se uma ótima oportunidade de corrigir os problemas ao longo do ano e garantir uma maior eficácia da execução.
Outro erro comum que deve ser evitado é se fazer a análise crítica da estratégia separada da análise crítica dos processos. Pessoas diferentes analisam resultados de diferentes projetos e diferentes indicadores de desempenho em momentos diferentes, sem olhar com profundidade o alinhamento entre as inciativas estratégicas e operacionais da empresa de forma conjunta. A cultura do ótimo local se sobrepõe a visão do ótimo global, o que pode levar a um consumo desnecessário de recursos humanos, físicos e financeiros, sem o atingimento dos resultados esperados.
Por outro lado, percebemos claramente que quando as empresas imprimem uma disciplina periódica de análise crítica do negócio, olhando tanto o lado estratégico como o operacional, conseguem se antecipar aos problemas que aparecem ao longo do ano e obtêm muito mais sucesso na execução da estratégia planejada, bem como na tão desejada melhoria dos processos de negócio.
Esta disciplina se dá não só na realização nas reuniões presenciais de análise dos resultados pelos gestores, mas também e principalmente em uma rotina mensal, semanal, diária de todos os envolvidos tanto para o acompanhamento da execução das ações planejadas, como para monitoramento dos resultados que estão sendo atingidos. O que no início pode parecer de difícil implantação, aos poucos se torna um hábito de gestão facilmente incorporado por todos na organização, e parte essencial para atingimento dos resultados planejados.